Localizado no coração de Teresina, o Museu do Piauí — Casa de Odilon Nunes é um destino imperdível para quem deseja se conectar com a cultura e a história piauiense. O espaço, que atrai turistas de diversas partes do Brasil e do exterior, oferece uma imersão completa na identidade do estado por meio de um acervo rico e diversificado. Com peças que vão do artesanato tradicional a artefatos históricos, o museu é um ponto de encontro entre o passado e o presente do Piauí. 

Um dos destaques do museu é a exposição de artefatos em madeira, onde o visitante encontra desde objetos utilitários até peças carregadas de simbolismo. Entre elas, estão o tradicional pilão, a cangaia e a emblemática escultura do Cabeça de Cuia — personagem folclórico piauiense. Miniaturas de engenhos de cana-de-açúcar, antigas ferramentas de beneficiamento do algodão e objetos religiosos completam o acervo, oferecendo uma visão abrangente da cultura material do estado. 

Outro espaço que chama a atenção é o setor dedicado ao trançado, onde peças feitas de palha — como tapetes, cestas, chapéus e luminárias — refletem a riqueza do artesanato piauiense. Confeccionados por artesãos de diferentes cidades e por povos indígenas, esses objetos preservam técnicas tradicionais e valorizam o trabalho manual que passa de geração em geração. 

No setor de têxteis e bordados, a delicadeza das peças encanta os visitantes. “O artesanato piauiense é riquíssimo, e é incrível ver como cada peça carrega um pouco da nossa história”, comenta a comerciante Maria de Jesus, de Timon (MA), frequentadora assídua do museu. 

Entre as peças mais impactantes do acervo está uma urna funerária de mais de três mil anos, que guarda o esqueleto de uma criança encontrada na Serra da Capivara. Para a coordenadora do museu, Dora Medeiros, essa é uma das peças que mais desperta a curiosidade do público. “Nosso acervo é eclético, mas algumas peças, como a urna funerária, têm um valor histórico e emocional muito forte”, destaca.  

Outro ponto que encanta os visitantes é a Sala Fazendas Piauienses, com cinco ambientações temáticas que exaltam o artesanato regional. Destaque para a representação da mulher rendeira, com suas rendas de bilro, e as famosas cerâmicas de São Raimundo Nonato e do bairro Poti Velho, em Teresina. Essas peças mostram como o cotidiano e as tradições se materializam na arte popular. 

O acervo também conta com esculturas que retratam o cotidiano e os contrastes do Nordeste. A obra do artista Nonato Oliveira, por exemplo, impressiona por representar a dualidade entre a cheia e a seca, utilizando cinco peças esculpidas em carnaúba — uma planta típica da região. Elementos como cabaças e lamparinas reforçam a identidade piauiense presente nas composições. 

Já na sala de arte santeira, os visitantes encontram peças esculpidas pelo renomado Mestre Dezinho, uma das maiores referências da arte popular do Piauí. As gamelas e outras esculturas sagradas refletem a devoção e a criatividade dos artesãos locais.

Além de ser um espaço de preservação cultural, o Museu do Piauí também é um ponto de encontro entre gerações. A jovem guia de turismo e aprendiz do Projeto Oportunidade Jovem, Maria Eduarda, destaca o impacto do acervo em visitantes de todas as idades. “Muitos retornam ao museu depois da primeira visita, encantados com a diversidade e a riqueza do nosso patrimônio cultural”, relata. 

Para a diretora Dora Medeiros, preservar esse acervo é fundamental para manter viva a identidade piauiense. “Cada peça conta uma história. Valorizar e preservar esse patrimônio é garantir que futuras gerações tenham acesso à nossa cultura”, enfatiza. 

Seja para conhecer mais sobre o artesanato, se encantar com a arte popular ou mergulhar na história do Piauí, o Museu do Piauí — Casa de Odilon Nunes é um convite para explorar as raízes do Nordeste em sua forma mais autêntica. Uma visita que vai muito além do olhar — é uma experiência para levar na memória.