Inflação - 12/03/2025 - 13:35

IBGE: Inflação de fevereiro registra maior alta para o mês em 22 anos

Alta foi puxada pela energia elétrica e mensalidades escolares



Foto: Pensar Piauí

A inflação no Brasil apresentou uma aceleração significativa em fevereiro, registrando 1,31%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta quarta-feira, 12. Esse aumento foi consideravelmente superior ao índice de 0,16% observado no mês anterior, representando a maior alta para fevereiro desde 2003, quando o índice foi de 1,57%. Além disso, é o maior resultado desde março de 2022, quando a inflação alcançou 1,62%.

O principal fator responsável por essa aceleração foi o reajuste de 16,80% na tarifa de energia elétrica residencial, o que contribuiu com 0,56 ponto percentual (p.p.) para o índice geral. Esse aumento no custo da energia elétrica foi o principal responsável pela elevação da inflação no mês, refletindo os ajustes no setor.

Conforme os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), cerca de 92% da inflação registrada em fevereiro foi concentrada em quatro dos nove grupos de produtos e serviços analisados: Habitação, Educação, Alimentação e Bebidas, e Transportes.

O grupo Habitação teve o maior impacto, com um aumento de 4,44%, após uma queda de 3,08% em janeiro, contribuindo com 0,65 p.p. para o índice geral. Essa variação refletiu o aumento nos custos dos serviços relacionados à habitação.

O grupo Educação também teve uma alta expressiva de 4,70%, o que representou uma contribuição de 0,28 p.p. para a inflação geral. Esse aumento foi impulsionado principalmente pelos reajustes nas mensalidades escolares, com o ensino fundamental registrando um aumento de 7,51%, o ensino médio de 7,27%, e a pré-escola de 7,02%. Esses reajustes nas mensalidades foram os principais responsáveis pela variação significativa no grupo Educação.

No grupo Alimentação e Bebidas, que teve uma variação de 0,70%, houve uma desaceleração em relação ao mês anterior, quando o aumento foi de 0,96%. Esse grupo contribuiu com 0,15 p.p. para o índice geral. A desaceleração foi observada, apesar de aumentos consideráveis em itens como ovos de galinha (15,39%) e café moído (10,77%), cujos aumentos foram atribuídos à alta nas exportações e a problemas climáticos que afetaram a produção.

O grupo Transportes teve uma variação de 0,61%, com impacto de 0,13 p.p. no índice geral. Apesar de ter desacelerado em relação a janeiro (1,30%), os reajustes no ICMS e o aumento nos preços dos combustíveis, como óleo diesel (4,35%), etanol (3,62%) e gasolina (2,78%), foram determinantes para o aumento. A gasolina, devido ao seu peso na composição do índice, teve o segundo maior impacto individual, com 0,14 p.p.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a variação de preços para famílias com rendimento de até cinco salários mínimos, também registrou uma alta de 1,48% em fevereiro, após não ter ocorrido variação no mês anterior. Esse aumento é o maior para o mês de fevereiro desde 2003, quando o índice foi de 1,46%, e o maior registrado desde março de 2022, quando o índice foi de 1,71%. O INPC acumula uma alta de 1,48% no ano e, nos últimos 12 meses, registrou um aumento de 4,87%, superando o índice de 4,17% registrado nos 12 meses anteriores.

Esses números indicam que a pressão inflacionária sobre os consumidores continua alta, especialmente nos segmentos de energia, educação e alimentos. Embora haja uma desaceleração em alguns grupos, como Alimentação e Bebidas, os impactos de aumentos em combustíveis e energia elétrica ainda são significativos.

A inflação permanece como um desafio para a economia brasileira, afetando diretamente o poder de compra, especialmente das famílias de menor renda. O aumento de fevereiro sinaliza que os desafios econômicos do Brasil continuam, com a possibilidade de novas variações nos próximos meses, dependendo dos fatores econômicos e das políticas adotadas pelo governo.

A expectativa é de que os próximos índices de inflação continuem a refletir as pressões nos setores mais afetados, como energia e transporte.


Fonte: Pensar Piauí