A Universidade Federal do Piauí (UFPI), reafirmando seu compromisso com a inclusão e com a acessibilidade, busca assegurar os direitos dos estudantes público-alvo da educação especial (PAEE). Garantindo a permanência dos estudantes com condições adequadas para o acesso à educação superior e um ambiente acadêmico respeitoso e inclusivo.

Por meio da Resolução CEPEX 076/2019, os discentes que tenham sua condição PAEE homologada pelo Núcleo de Acessibilidade e Inclusão da UFPI (NAU), têm direito a ser concedido de: adaptação e/ou flexibilização das atividades pedagógicas e avaliativas; ampliação de prazos para entrega de trabalhos acadêmicos; tempo adicional de até 50% ao estipulado para a atividade avaliativa; adaptação de recursos instrucionais: material pedagógico e equipamento; adaptação de recursos físicos: eliminação de barreiras arquitetônicas e adequação de ambiente de comunicação; e apoio especializado necessário, intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras) e ledor, conforme a necessidade educacional especial apresentada.

UFPI incentiva a pluralidade com a criação da Coordenadoria de Inclusão,  Diversidade, Equidade e Acessibilidade (COIDEIA) - UFPI

Para o coordenador de Inclusão, Diversidade, Equidade e Acessibilidade (COIDEIA), Fábio Passos, a acessibilidade não é apenas física, mas também pedagógica, comunicacional, atitudinal, entre outras. “Se o estudante tem condições equitativas de aprender, ou seja, se a ele são concedidas condições de aprendizagem que respeitem suas necessidades específicas, ele certamente se engajará nas atividades acadêmicas propostas em sala de aula. Permanecer na universidade não diz respeito apenas às atividades de sala de aula, mas também aos relacionamentos que se estabelecem dentro e fora dela, quando a barreira da acessibilidade atitudinal deixa de existir, os estudantes alcançam níveis de permanência mais elevados e com qualidade de educação. A qualidade na educação e na formação é o que a universidade deseja ao incluir os estudantes público-alvo da educação especial. A UFPI quer entregar para a sociedade, profissionais preparados para o mercado de trabalho, conscientes e plenos de sua capacitação universitária e pessoal”, explica.

O Núcleo de Acessibilidade e Inclusão da UFPI (NAU), está vinculado à Coordenadoria de Inclusão, Diversidade, Equidade e Acessibilidade (COIDEIA), ligada à Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Comunitários (PRAEC). Contribuindo no fomento à Política de Assistência Estudantil da universidade e ao Programa Incluir, que atende ao Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES).

Os discentes PAEE possuem como benefícios pelo NAU, o Suporte para Bolsista de Inclusão Social, para o auxílio no processo ensino-aprendizagem e demais rotinas da vida acadêmica; realização de Seleção de Bolsista com habilidades em Libras, para auxiliar estudantes surdos; e Cessão de recursos de Tecnologia Assistiva: empréstimo de gravador de voz digital e/ou kit de lupas manuais, para melhorar os recursos de aprendizagem. Também é direito do discente com deficiência, acesso ao Serviço Social, Serviço Pedagógico, Serviço Psicológico, revisão de Textos Braile, acesso ao Laboratório de Acessibilidade e Inclusão (LACI), e Van Acessível, para auxiliar na mobilidade no campus.

O coordenador da COIDEIA, Fábio Passos, relata a importância e necessidade no fomento à cultura de respeito e inclusão às diferenças. “Acredito que o princípio do respeito é a porta inicial para que a universidade adquira uma postura que seja, de fato, inclusiva, para todos e para todas as pessoas. Se todas as pessoas se respeitarem e se sentirem respeitadas em seus direitos e deveres, a convivência harmoniosa que tanto se almeja será possível. É um processo, uma construção”, comenta.

O Laboratório de Acessibilidade e Inclusão (LACI) da UFPI, possui uma gestão compartilhada com o NAU e a Biblioteca Comunitária Carlos Castelo Branco, onde fica localizado. Disponibilizando um espaço reservado para estudo, recursos de tecnologias assistivas para as pessoas com deficiência da UFPI, de outras Instituições e da comunidade externa, com a finalidade de promover a educação inclusiva. O LACI promove reuniões com discentes e familiares para acompanhamento de bolsistas, reuniões de bolsistas ingressantes e com os discentes público-alvo da educação especial. A equipe também participa em comissões, planejamento de ações, eventos, acompanhamento de demandas e processos de gestão e setores.

A COIDEIA, no mês de setembro, lançou a campanha “UFPI para Todas as Pessoas”, objetivando ser uma ação educativa, de longo prazo, para a criação de um ambiente universitário mais acolhedor e plural, onde práticas violentas e discriminatórias sejam mitigadas. A campanha é um projeto colaborativo entre a comunidade universitária, técnicos, docentes e discentes, esta ampla participação contará com a divulgação e a propagação da ideia de que uma ação educativa carrega a capacidade de enfraquecer e desencorajar práticas preconceituosas e violentas.

Para a estudante de História, Samara Borges, os projetos e ações que visam promover a inclusão e acessibilidade na universidade são fundamentais para criar um ambiente mais acolhedor e respeitoso para todos. “É importante que a instituição não apenas ofereça recursos acessíveis, mas que também promova uma cultura de inclusão e respeito à diversidade, e que essa questão da inclusão não fique só no meio de quem precisa dela. É necessário mostrar aos outros que não tem essa mesma necessidade, que existem pessoas com deficiência na universidade, nós sabemos das nossas dificuldades enfrentadas, mas é importante que sejamos vistos pelos outros também. Como uma estudante com deficiência, é importante para mim ver que minhas necessidades são ouvidas e atendidas”, relata.

O NAU realiza diversas atividades voltadas aos estudantes, servidores e comunidade, como orientações, atendimentos multiprofissionais, ciclos de formação com diferentes temáticas sobre inclusão, palestras, oficinas, realização e participação em eventos, entre outros.