Aconteceu, nessa terça-feira (2), a plenária de ampla concorrência do Conselho Estadual de Direitos da Juventude (Cedjuv-PI), que elegeu 10 das entidades que farão parte da próxima composição. Ao todo, 30 entidades, em diversos segmentos, concorreram no processo.

Os grupos eleitos foram, por ordem do mais votado ao menos votado: o Centro Social de Juventude (Jismac), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Movimento Negro Unificado (MNU), Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura (Fetag), Associação dos Amigos do Museu do Piauí, União da Juventude Socialista (UJS), Nação Hip Hop, União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Federação Nacional dos Estudantes de Engenharia Civil (Fenec) e o Centro de Reintegração Familiar e Incentivo à Adoção (Cria).

A representante da Fetag, Regina Gomes da Silva, explica que uma das políticas que precisam ser garantidas na atualidade se constitui de um conjunto de fatores que possibilitem a permanência do jovem no campo: educação de qualidade e contextualizada para as necessidades do ambiente rural, acesso à saúde, cultura, dentre outros.

“A partir do Cedjuv-PI, vamos poder ocupar espaços de discussão, reivindicar nossos direitos, colocando os nossos anseios e explicitando quais são as necessidades da nossa juventude, tanto do campo como da cidade. Além disso, demonstramos que somos jovens unidos e organizados”, disse Regina, que é secretária estadual de juventude da Fetag.

Os Amigos do Museu, outro coletivo eleito, atua nos segmentos de cultura, educação e memória. É a primeira vez que o grupo participa de eleição do Cedjuv-PI, logo, é uma entidade nova na composição. “A pauta de juventude é uma discussão relativamente recente no nosso grupo, com a entrada de pessoas mais jovens no ano passado, incluindo eu mesmo, trouxemos esse debate”, disse Filipe Benson, que atua como professor do coletivo.

O jovem, que faz curso de Licenciatura em História, explica que, dentre as ações dos Amigos do Museu está a inclusão da juventude nos espaços de preservação cultural e da memória do estado, como o museu. “Queremos que não apenas participem, mas que se vejam representados, pois a nossa história ainda é muito contada de uma perspectiva das elites”.

Benson ainda afirma que o acesso às políticas culturais, especialmente por meio de editais de incentivo, é uma das questões centrais para os coletivos culturais do estado.

Da eleição

O pleito ocorreu na Casa dos Conselhos José Ribamar dos Santos e reuniu coletivos, grupos e organizações relacionadas à luta pelos direitos das juventudes no Piauí. Só podia votar e ser votada a entidade que tinha representante participando da plenária. Das 30 entidades que se inscreveram, 22 enviaram representações.

Inicialmente, houve uma apresentação do Cedjuv-PI, um resumo de sua história e atribuições, em seguida, cada entidade se apresentou por meio de seu representante e, por fim, ocorreu o processo de eleição, apuração e divulgação do resultado.

De acordo com Gil Kairós Neto, membro da comissão pró-conselho, esse processo eleitoral tem outra configuração devido à renovação da lei de criação do conselho. “Com a reformulação na lei, o conselho passa a estar dentro dos princípios de Paris, em que 60% da representatividade dele é da sociedade civil organizada”, explica.

O conselho tem 22 representações da sociedade civil organizada, em que 12 são eleitas nos territórios de desenvolvimento do estado e as outras 10 elegem em uma plenária de ampla concorrência, processo que ocorreu nesta terça-feira (2).

O coordenador estadual de Juventude, Vicente Gomes, destacou que a mudança na lei torna o conselho mais amplo e participativo. “É um processo importante porque coloca essas entidades no eixo e na centralidade das políticas públicas e, também, no monitoramento delas. Temos, ainda, nossa 4ª Conferência Estadual de Juventude para realizar e o Cedjuv-PI é a entidade que irá homologar e, posteriormente, acompanhar as políticas aprovadas no processo de conferência”, disse.

A posse do conselho está prevista para a próxima semana.