Marcha - 24/04/2023 - 17:46

Povos indígenas do Piauí farão marcha a Brasília

48 Indígenas de cinco etnias do Piauí e os refugiados indígenas venezuelanos Waraos, residentes em abrigos estaduais pelo Governo do Estado no Piauí, irão se dirigir à capital federal



Representantes de povos indígenas do Piauí marcharão ao 19° Acampamento Terra Livre, em Brasília-DF, entre os dias 24 e 28 de abril. 48 Indígenas de cinco etnias do Piauí (Gueguês do Sangue, Akroá Gamella, Tabajara, Kariri) e os refugiados indígenas venezuelanos Waraos, residentes em abrigos estaduais pelo Governo do Estado no Piauí, irão se dirigir à capital federal. O acampamento deste ano tem como tema a “Demarcação de Terras, Futuro e Democracia”.

Segundo a Diretoria dos Povos Originários da Superintendência de Promoção da Igualdade Racial e Povos Originários da Secretaria de Estado da Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos (Sasc), o evento será inédito, com uma gestão nacional comandada por uma líder indígena. “Pela primeira vez, teremos um olhar direto sobre as reivindicações indígenas com o Ministério dos Povos Indígenas, que conhece a realidade do nosso povo”, declara o diretor cacique Henrique, da Sasc e que faz parte da comunidade Tabajara, do Município de Lagoa de São Francisco.

Na ocasião, será entregue um documento unificado sobre a realidade indígena com proposições de políticas públicas. “Estamos com expectativas positivas de que haja avanços na demarcação territorial pela Funai”, afirma a coordenadora dos Povos Originários da Sasc, cacica Delzenir Pereira, da comunidade Gueguês do Sangue, de Uruçuí.

Uma das principais demandas é a demarcação territorial. Os estados do Piauí e Rio Grande do Norte foram os últimos estados nordestinos a terem territórios indígenas demarcados.

O Piauí tem apenas três territórios demarcados em âmbito estadual pelo Instituto da Regularização Fundiária e do Patrimônio Imobiliário do Estado do Piauí (Interpi), mas nenhum pela Fundação dos Povos Indígenas (Funai). Os demarcados pelo Interpi são Território Serra Grande do Cariri, em Queimada Nova; Território Tabajara de Piripiri e Território de Nazaré Tabajara Tapuio, de Lagoa de São Francisco.

Ainda na programação do evento estão previstas marchas e atos em frente ao Congresso Nacional, no Enfrentamento de Projetos de Leis Anti-Indígenas, Plenárias sobre Campanhas Indígenas, sobre Mulheres Indígenas, Saúde e Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas; Lançamento de livro sobre os 30 anos de APOINME; Relatórios de Impactos de Produção de Commodities Agrícolas; Plenárias sobre Tecnologia e Comunicação na Descolonização, Denúncia e Luta; Povos Indígenas em Isolamento Voluntário; Marco Temporal e Retrocesso nos Direitos Indígenas; Marcha sobre a Defesa da Democracia e Plenária sobre a Juventude na Luta pelo Fortalecimento Identitário.


Fonte: CCom