Ceir realiza I Simpósio com foco na reabilitação de pacientes pós-AVC
O evento acontecerá no auditório do Ceir, com abertura da programação às 8h da manhã
O Centro Integrado de Reabilitação (CEIR), unidade vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (SESAPI), realizará neste sábado (09), o I Simpósio de Reabilitação no AVC com destaque para o atendimento multiprofissional. O evento contará com palestras de profissionais de diferentes áreas da saúde para compartilhar práticas e inovações no tratamento de pacientes que sofreram Acidente Vascular Cerebral (AVC). O evento acontecerá no auditório do Ceir, com abertura da programação às 8h da manhã.
Comumente conhecido como “derrame”, a mortalidade do AVC só cresce desde 2019, ultrapassando o número de casos de infarto. De acordo o Portal da Transparência do Centro de Registro Civil (CRC) do Brasil, em 2024, até o mês de agosto morreram 50.133 brasileiros por AVC no nosso país.
O gerente de Reabilitação Física do Ceir e membro da comissão de organização do Simpósio, Leonardo Celestino, destaca o Centro como referência em atendimento às pessoas que sofreram AVC e, por isso, a importância de promover capacitar profissionais da saúde para um tema de importância mundial.
“O impacto que o AVC causa na sociedade é enorme. O Ceir está há 16 anos atuando na reabilitação e habilitação de pessoas com limitações oriundas do AVC. Então, proporcionar uma visão multiprofissional de cada um desses indivíduos ao longo do tempo nos dá a responsabilidade de contribuir também com a comunidade científica e gestores da saúde. O objetivo é compartilhar o que fazemos de melhor, os nossos métodos, as tecnologias e abordagens utilizadas”, explica Leonardo.
A programação inclui médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos e psicólogos do Ceir que irão abordar temas atuais e relevantes sobre os avanços nas técnicas de reabilitação, estratégias multidisciplinares, e melhores práticas para a recuperação de pacientes com AVC.
Reconhecimento dos fatores de risco é a principal forma de prevenção
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) acontece quando há uma alteração no fluxo de sangue que chega ao cérebro. Um AVC pode se originar de uma obstrução de vasos sanguíneos, o chamado Acidente Vascular Isquêmico, ou de uma ruptura do vaso, conhecido por Acidente Vascular Hemorrágico.
Durante uma viagem para Portugal em 2019, a professora universitária, Solange Lages começou a sentir fortes dores de cabeça e náuseas. Após perceber que a fraqueza e indisposição persistiram, decidiu antecipar a volta para Teresina. Assim que chegou, entrou em cirurgia no dia seguinte. Solange teve um Acidente Vascular Cerebral hemorrágico. Agora, com três anos no Ceir, Solange destaca os desafios e a importância das diferentes terapias no processo de reabilitação.
“O maior desafio foi perceber que tinha sequelas. Eu não tinha estabilidade no pescoço e meu lado esquerdo ficou muito sensível. Sentia muitas dores quando me tocavam. A gente nunca espera algo assim. Aqui é realmente um centro integrado que trabalha de forma multidisciplinar. A musicoterapia e a arteterapia, por exemplo, ajudam a gente a recuperar o ritmo. Na Terapia Ocupacional, a gente consegue trabalhar tarefas do dia a dia. Desde vestir uma roupa até usar uma colher”, comenta.
O reconhecimento dos fatores de risco é a principal forma de prevenção do AVC. Hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto, doenças do coração que causam arritmias, tabagismo, sobrepeso e obesidade, sedentarismo, abuso de álcool e drogas estão associados a 90% dos casos de AVC.
“Os sinais mais comuns são perda de força de um lado do corpo, perda de equilíbrio; dificuldade para falar, a fala fica pesada; sorriso e face tortos. Podem ocorrer também dor de cabeça, descrita como a pior da vida que surge subitamente e visão turva. Ao reconhecer esses sinais, o SAMU deve ser acionado imediatamente para o atendimento correto. O tempo adequado é de até 4 horas após o reconhecimento desses sinais para que o tratamento possa ter os resultados esperados”, acrescenta Fabiana Gomes, enfermeira do Centro de Estudos e Pesquisa do Ceir.
Fonte: Sesapi