Pequenos negócios ganham protagonismo no Fórum E-commerce Brasil 2025
Com apoio do Sebrae, mais de 800 empresários e 52 expositores têm a chance de ampliar sua presença no mercado digital durante um dos maiores eventos de e-commerce da América Latina
O Fórum E-commerce Brasil 2025, o maior encontro do setor na América Latina e um dos principais do mundo, começou nessa terça-feira (29), em São Paulo. Com R$ 225 bilhões transacionados no e-commerce brasileiro em 2024 — sendo R$ 67 bilhões apenas pelas micro e pequenas empresas (MPE) —, o segmento digital deixou de ser tendência para se tornar necessidade.
Para o gerente de Acesso a Mercados do Sebrae Nacional, Cadu Santiago, o Fórum é um reflexo da transformação digital vivida pelas empresas desde a pandemia.
Mudou o hábito de consumo, de compra. Hoje, o digital está integrado a toda a cadeia comercial, com empresas de logística, serviços financeiros, tecnologia e marketing digital. E o Sebrae tem uma estratégia para inserir o pequeno negócio nesse ecossistema.
Cadu Santiago, gerente de Acesso a Mercados do Sebrae Nacional.
O Sebrae não só participa como realiza uma mobilização nacional para levar empresários ao evento. A edição deste ano tem um destaque especial para as MPE que ganham espaço e visibilidade estratégica com o apoio da instituição. Ao longo dos três dias de evento, 52 negócios vão ocupar estandes como expositores, enquanto outros 800 empreendedores têm entrada garantida para acompanhar palestras, rodadas e oportunidades de conexão.
Além dos ingressos, foram organizadas caravanas com empresários de todo o Brasil e estão sendo oferecidos na feira atendimentos presenciais de consultoria com foco em e-commerce e internacionalização. “Nossa expectativa é atender cerca de 230 empresas com consultoria individual pensando como o e-commerce pode apoiá-las na exportação de produtos/serviços. Também vamos acompanhar, depois do evento, os resultados concretos em geração de negócios e conexões”, complementou Santiago.
Vitrine e aprendizado
Entre os expositores do primeiro dia, a diversidade de soluções chamou a atenção. Da indústria de alimentos congelados ao marketing digital, os empreendedores presentes compartilham o mesmo objetivo de fazer sua marca ganhar escala no ambiente digital.
“Viemos aqui com a proposta de encontrar investidores, fazer network e expandir o impacto da nossa rede”, contou Roberto Lemos, sócio-diretor do Grupo Deep, especializado em alimentos congelados artesanais. Com quatro frentes de negócio — Deep Freeze, We Freeze, Deepen e Panek —, a empresa atua no combate ao desperdício e aposta em soluções integradas para toda a cadeia do alimento, desde a produção até o reaproveitamento de resíduos. “O networking aqui é extremamente rico. Cada conexão se desdobra em novas possibilidades.”
Com nove meses de mercado, a Letzee também se posiciona com ambição. A startup desenvolveu um sistema para vendedores do Mercado Livre entenderem a real lucratividade de seus anúncios. “Nosso propósito é trazer clareza aos pequenos empreendedores que vendem on-line. Muitos não sabem se estão lucrando ou tendo prejuízo”, explicou Victor Crovador, CEO e fundador. “A gente começou nossa história com o Sebrae nos programas de aceleração e estamos colhendo frutos agora. Já tivemos contatos com potenciais clientes aqui, e o evento mal começou.”
Soluções para quem vende soluções
Já a Tratativa.com, que nasceu em 2017, aposta na curadoria entre agências de marketing e clientes. Hoje, com mais de 4 mil agências na base, a plataforma conecta empresas que precisam de serviços como criação de campanhas, tráfego pago e redes sociais. “A maioria das nossas agências é de pequeno porte. Elas crescem dentro da plataforma e se desenvolvem. O evento é uma oportunidade para mostrar esse ecossistema, encontrar parceiros, trocar com outras plataformas e avançar em tecnologia”, afirmou o CEO Marlon Volz.
Com uma estrutura dinâmica e acessível, a Tratativa funciona como um “Uber” da publicidade: o cliente solicita o serviço e até quatro agências, dentro do perfil buscado, podem enviar propostas. A negociação segue diretamente entre as partes. “Nosso objetivo é facilitar e qualificar as conexões. Não cobramos comissão e damos liberdade para os negócios acontecerem de forma fluida”, reforçou Marlon.
Além da vitrine para os produtos e serviços, a participação no Fórum também oferece aos pequenos negócios um espaço valioso de capacitação. Foi o que apontou Andressa Marques, consultora de negócios digitais do Sebrae São Paulo. “Queremos que eles aprendam a se portar numa feira, a fazer um bom pitch, a se comunicar com outros empresários. Isso ajuda na profissionalização e no desenvolvimento de longo prazo. O Sebrae acredita que a experiência direta com o mercado, num evento desse porte, tem um poder transformador”, reiterou.
Digital com propósito
A aposta do Sebrae em fortalecer o posicionamento das MPEs no digital é também uma resposta a um mercado em plena expansão. Além de conteúdo técnico, os empresários têm acesso a e-books, guias comparativos de marketplaces, cursos EaD e iniciativas como o Conecta, plataforma que reúne fornecedores de soluções digitais com preços e condições diferenciadas para pequenos negócios.
Nosso trabalho vai da sensibilização à consultoria estratégica. E o Fórum é uma grande vitrine para mostrar tudo isso funcionando na prática. É aqui que a teoria encontra o mercado.
Cadu Santiago, gerente de Acesso a Mercados do Sebrae.
Ao longo da semana, a expectativa é que mais de 30 mil visitantes circulem pelos corredores do Fórum E-commerce Brasil 2025. Para os pequenos empresários que ocupam pela primeira vez os estandes dessa que é uma das maiores feiras do mundo, a experiência pode marcar o início de uma nova jornada com mais presença e melhor performance no universo digital.
Fonte: Sebrae